Descubra o charme do bairro Campo Grande, Rio de Janeiro

Campo Grande é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, com uma grande extensão territorial. Com cerca de 330 mil habitantes, é considerado o bairro mais populoso do município do Rio de Janeiro e do Brasil. É sede da região administrativa de Campo Grande, que abrange os bairros de Campo Grande, Inhoaíba, Senador Vasconcelos e Santíssimo.

Bairro Campo Grande
Vista de cima do Bairro Campo Grande (Reprodução Internet)

História de Campo Grande

A região de Campo Grande era habitada pelos índios Picinguaba antes da fundação da cidade em 1565. A partir de 1644, pertenceu à Freguesia de Irajá, que se desmembraria em 1673, criando a Freguesia de Campo Grande, com a Paróquia de Nossa Senhora do Desterro como matriz.

A fazenda dos jesuítas em Santa Cruz teve grande influência na região, onde se desenvolveram o cultivo da cana-de-açúcar e a criação de gado bovino. Os jesuítas realizaram importantes obras de engenharia, como a abertura de canais e a construção de diques e pontes para a regularização do Rio Guandu. Em meados do século XVIII, os jesuítas foram expulsos do país pelo Marquês de Pombal.

Na antiga Fazenda do Mendanha, o padre Antônio Couto da Fonseca plantou as primeiras mudas de café entre 1760 e 1770, o que iniciou o desenvolvimento da cafeicultura em todo o estado no século XIX.

Foi segunda metade do século XIX, quando a implantação da estação de trem da Estrada de Ferro D. Pedro II transformou uma região tipicamente rural em urbana. A concessão para a exploração de bondes à tração animal pela Companhia de Carros Urbanos, em 1894, possibilitou que as localidades mais distantes fossem alcançadas, o que favoreceu o desenvolvimento interno do bairro.

Em 1915, os bondes à tração animal foram substituídos pelos bondes elétricos, o que permitiu maior mobilidade e integração entre os núcleos já formados, acentuando o adensamento do bairro central de Campo Grande. Com as crises da cultura do café, a região voltou-se para uma nova atividade, a citricultura, e se tornou uma grande região produtora de laranjas, o que lhe rendeu o nome de “Citrolândia”.

A partir do século XX, a região se destacou como zona de plantio, principalmente de coco, chuchu, aipim, batata doce e frutas, além de também apresentar vocação industrial. A instalação da Fábrica Bangu e a implantação de unidades militares em Bangu e Realengo afetaram toda a região, inclusive Campo Grande. Na década de 1930, a Estrada Real foi incorporada à antiga Estrada Rio-São Paulo, o que integrou Campo Grande ao tecido urbano da cidade, acentuando seu adensamento.

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1946, a abertura da Avenida Brasil aproximou ainda mais a região do restante da cidade. A criação da rodovia Presidente Dutra, ligando o Rio a São Paulo, desviou o fluxo de mercadorias para outra direção, o que estagnou o desenvolvimento industrial do bairro.

Em 1968, o então governador do estado da Guanabara, Francisco Negrão de Lima, promulgou a Lei 1627/68 reconhecendo a localidade de Campo Grande como cidade. Apesar disso, Campo Grande ainda é tido como um bairro do Rio de Janeiro.

Atualidade de Campo Grande

Com o maior contingente populacional da cidade, a Região de Campo Grande possui a segunda menor densidade líquida entre as 12 regiões do Rio. Suas áreas verdes e espaços livres ainda não ocupados são suas principais atrações. A região representa a última grande fronteira para uma expansão de acordo com suas vocações específicas, potencialidades econômicas e culturais desde os primórdios da sua ocupação. Há grande potencial para o desenvolvimento de polos de gastronomia e turismo ecológico. Recentemente, a região abrigou delegações dos Jogos Mundiais Militares no Batalhão Toneleiro, uma base do corpo de fuzileiros navais.

Personalidades de Campo Grande

O bairro é residência de personalidades regionais ilustres, como o jornalista e escritor Felipe Lucena, que desenvolve artigos jornalísticos para a região, e o jovem historiador Matheus Milezio Ferreira, que cataloga origens dos nomes das ruas do bairro e pontos históricos. Ferreira também traz cada vez mais turismo guiado para a região e bairros adjacentes.

Geografia de Campo Grande

O bairro de Campo Grande é o segundo mais extenso do município do Rio de Janeiro, cobrindo uma área de 119 km² e abrigando 328.370 habitantes e mais de 120.049 domicílios, segundo o Censo 2010. Ele faz limite com outros dez bairros da zona oeste, além do km 32 no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ao norte. A região de Campo Grande possui duas áreas geomorfologicamente distintas: a primeira é formada pelos afluentes da margem esquerda do Rio Guandu: o Rio Campinho, que nasce na encosta norte da Serra de Inhaíba, e o Rio da Prata, que nasce na encosta sudoeste do Maciço do Gericinó. Esta primeira área possui uma densidade de drenagem menor. Devido à sua pequena superfície, deve-se atentar para uma sistemática dragagem do Rio Guandu e, por possuir uma densidade populacional maior, requer um criterioso estudo da drenagem urbana, a fim de evitar possíveis enchentes.

A segunda área é formada pelos afluentes da Baía de Sepetiba, ao sul do Maciço da Pedra Branca. Os rios Cabuçu e Piraquê drenam a região entre o Maciço da Pedra Branca e a Serra de Inhaíba. Os rios Portinho e Piracão nascem na vertente sul do maciço, e o Rio do Ponto nasce na vertente sudoeste da Serra de Inhoaíba. Esta área, situada predominantemente na Baixada de Guaratiba, possui boa drenagem, apesar de sua baixa altitude e estar sujeita a precipitações pluviométricas, em função da pouca distância entre o maciço e a Baía de Sepetiba. O processo de erosão do Maciço da Pedra Branca e a formação da Restinga de Marambaia provocaram o acúmulo de sedimentos na desembocadura dos rios, resultando na formação de mangues, um ecossistema frágil e facilmente degradável, recomendando-se o desenvolvimento de atividades de preservação ecológica na área.

Campo Grande: um bairro de comércio e indústria no Rio de Janeiro

Localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o bairro de Campo Grande tem atraído cada vez mais comércio e indústrias. Com um comércio auto-suficiente, o bairro conta com opções como o Calçadão de Campo Grande, supermercados como Prezunic, Carrefour, Extra, Guanabara, Inter, shoppings como o West Shopping, Passeio Shopping e Park Shopping Campo Grande, além dos atacadistas Makro e Assaí.

No setor industrial, o bairro abriga o Distrito Industrial localizado no km 43 da Avenida Brasil e na Estrada do Pedregoso. São cerca de 3.700 estabelecimentos, sendo 87,2% do segmento de comércio e serviços, com aproximadamente 49 mil empregados e um volume de negócios que gera R$ 956,9 milhões de ICMS.

Entre as indústrias que se encontram em Campo Grande estão a AmBev, Tupperware, Camil Alimentos, Guaracamp, Cogumelo, Fredvic, Lillo, Michelin, EBSE, Superpesa, Dancor, Ranbaxy, Gerdau e Vesuvius Brasil. O bairro é interligado ao centro do Rio de Janeiro pela Avenida Brasil e também pela Estrada Rio São Paulo, que o liga ao município de Seropédica e Nova Iguaçu. Além disso, Campo Grande é cortado por outras importantes vias como a Avenida Cesário de Melo e a Estrada do Guandu do Sapé.

Esporte e Lazer

Na área de esporte e lazer, o Campo Grande Atlético Clube se destaca como o principal time de futebol do bairro e foi campeão do Campeonato Brasileiro da Série B em 1982. Já o Complexo Esportivo Miécimo da Silva é o maior complexo esportivo pertencente a uma prefeitura municipal no Brasil e recebeu diversos eventos esportivos, sendo o principal deles os Jogos Pan-Americanos em 2007.

O bairro tem poucos espaços culturais, como a Lona Cultural Elza Osborne e o Teatro Arthur Azevedo, que abriga a Orquestra Sinfônica Jovem de Campo Grande – RJ.

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