O mercado imobiliário paulista começou 2025 em ritmo acelerado. Segundo dados divulgados pelo Secovi-SP, as vendas de imóveis residenciais cresceram 32,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024. Em contrapartida, os lançamentos caíram 18,6%, revelando um movimento importante de aquecimento da demanda frente a uma oferta que se retraiu.
A análise abrange 41 cidades do interior, da Baixada Santista e da Região Metropolitana de São Paulo — e traz importantes pistas sobre as oportunidades e desafios do setor para os próximos meses. Neste artigo, você confere o que está por trás desses números, quais regiões mais se destacaram e o que isso representa para corretores, investidores e compradores.
O que revelam os dados do Secovi-SP?
Vendas disparam 32,9% no Estado de SP
A alta nas vendas reflete a reaquecida demanda por moradia em diversas regiões do estado. Segundo Guilherme Werner, sócio consultor da Brain Inteligência Estratégica, a maioria das cidades acompanhadas teve desempenho positivo. Marília, Jundiaí, Presidente Prudente, Franca e Barretos foram as exceções com queda.
Os consumidores estão mais atentos à oportunidade de compra, seja por mudanças no comportamento pós-pandemia, seja pela percepção de que os preços tendem a subir. Corretores atentos a esse movimento podem surfar a onda de um mercado com maior liquidez e agilidade nos fechamentos.

Lançamentos caem 18,6%: o que explica essa queda?
Apesar da alta nas vendas, os lançamentos recuaram. Isso se deve a fatores como:
- Dificuldades de acesso a financiamento por parte das construtoras;
- Custo elevado de insumos;
- Cautela do mercado em relação à reforma tributária e seus impactos.
Esse desequilíbrio entre oferta e demanda pode impactar a disponibilidade de imóveis nos próximos trimestres, tornando o trabalho de captação e negociação ainda mais estratégico.
A força do Minha Casa Minha Vida no 1º trimestre
48% das vendas e 52% dos lançamentos
Os empreendimentos voltados ao programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) representaram quase metade do mercado nesse período. Isso reforça a relevância do segmento econômico como motor do setor.
Destaques por região:
- Piracicaba liderou as vendas pelo MCMV;
- Baixada Santista teve menor volume de vendas dentro do programa.
MCMV como motor da habitação popular
Corretores que atuam nesse nicho encontram oportunidades constantes, especialmente nas faixas mais acessíveis do programa. Conhecer as condições de financiamento, subsídios e exigências é diferencial competitivo.
Dificuldade no financiamento imobiliário
Escassez de crédito para construtoras
Durante a apresentação dos dados, representantes do Secovi-SP reforçaram que muitas empresas estão com dificuldade de acesso a crédito para obras. Isso limita a velocidade de lançamento de novos projetos e pode agravar o desequilíbrio entre oferta e demanda.
Alternativas em debate: pré-sal e novas letras de crédito
Estão em discussão junto ao governo e órgãos reguladores:
- Utilização de recursos do pré-sal via Caixa;
- Criação de novas letras de crédito imobiliário.
O FGTS segue sendo a principal fonte de fomento, mas já mostra sinais de esgotamento diante da demanda crescente.
Reflexos no dia a dia do corretor de imóveis
A importância da leitura de mercado
Com o aumento da demanda e a retração da oferta, o corretor precisa ser mais estratégico na escolha dos produtos que divulga e representa. A compreensão dos dados regionais é essencial para:
- Identificar mercados mais aquecidos;
- Direcionar esforços para empreendimentos com maior giro;
- Personalizar a abordagem conforme o perfil do cliente.
Lçamentos em queda = mais foco em imóveis disponíveis
Corretores que expandem sua atuação para o mercado de usados ganham competitividade. Plataformas como a Imóvelp oferecem ferramentas que facilitam essa transição e aumentam o portfólio dos profissionais.
Oportunidades para o segundo semestre de 2025
O que esperar do mercado imobiliário?
A expectativa é de manutenção do ritmo nas vendas e de leve retomada dos lançamentos, caso as soluções de crédito avancem. As taxas de juros seguem impactando o apetite de consumo, mas a demanda reprimida continua aquecida.
Corretores e incorporadoras: hora de se reinventar
Mais do que vender, é hora de entender profundamente o cliente. Apostar em:
- Marketing de conteúdo e presença digital
- Inteligência de dados
- Parcerias estratégicas
- Tecnologia e IA na gestão da base
Conclusão
O primeiro trimestre de 2025 trouxe dados otimistas para o setor, com destaque para o aumento significativo nas vendas. Por outro lado, a retração nos lançamentos acende o alerta sobre a necessidade de ajustes no modelo de financiamento.
Corretores e empresas que souberem ler esses movimentos, se adaptar e investir em tecnologia e relações estratégicas sairão na frente.
O momento é de acelerar, mas com inteligeência.
FAQ
- Por que as vendas de imóveis cresceram tanto no início de 2025? R: Houve reaquecimento da demanda, principalmente por parte das classes que se beneficiam do MCMV e pela percepção de que os preços dos imóveis devem continuar subindo.
- Qual o papel do programa Minha Casa Minha Vida nesse crescimento? R: O programa respondeu por quase metade das vendas e lançamentos, impulsionando principalmente cidades do interior.
- A queda nos lançamentos afeta o trabalho dos corretores? R: Sim. Menor oferta exige mais estratégia na escolha de produtos e mais criatividade na prospecção.
- O crédito imobiliário está mais difícil em 2025? R: Para construtoras, sim. Já para o comprador, as opções seguem estáveis, embora os juros ainda impactem.
- Como aproveitar essas movimentações para vender mais? R: Estude o mercado, diversifique o portfólio, use tecnologia e atue em diferentes frentes (lançamentos, usados, MCMV e alto padrão).
Fonte: CNN Brasil
